um novo dia
novas infinitas possibilidades surgem a cada dia. você pode achar que sabe pouco sobre algo hoje, mas sabe mais do que ontem. de passo em passo chegamos lá.
um romance quentinho
dois jovens sem nunca terem se conhecido, em uma troca de olhares e um esbarrão, sabem que se apaixonarão. é assim que Luca e Nita se conhecem, em alto mar, em uma viagem de 29 dias rumo ao Brasil, em 1889.
o romance é inspirado nas histórias que minha própria avó contava sobre minha família, que mama mia, temos um tiquinho de sangue italiano.
um casamento arranjado, muita confusão e dois anos depois em terra firme marcam o reencontro desse casal tão especial que se conheceu no navio. o resultado você encontra clicando aqui.
cotidianamente se ame
CRÔNICA POR MARIA NATÁLIA DE LIMA
eu abro qualquer rede social e sou bombardeada por promessas milagrosas de melhora de aparência com o apelo de "melhore sua autoestima". Lipo LAD, alisamento do cabelo, corte, mudança de cor, cirurgia de silicone, rinoplastia, chá emagrecedor, dieta da sopa... as novas discussões sobre os filtros que as pessoas famosas usam para diminuir a silhueta, melhorar a textura da pele, etc.
parece-me um pouco desleal e injusto sermos cobradas a performar um ideal de aparência e beleza, quando na verdade, nem mesmo quem vende tudo isso é capaz de conseguir sem artifícios digitais.
entre um gole de café e mais uma zapeada na rede enquanto minha colega de trabalho conta pela milésima vez como foi incrível o final de semana dela com o namorido, eu tento encontrar mais vídeos de organização de casa.
incrivelmente isso me traz um pouco de paz no coração. organização, limpeza, e vídeos de refeições bonitas me deixam com a mente tranquila.
rodei meu cubo anti-estresse e segui fazendo meu trabalho.
percebi que a conversa ao meu entorno se voltava para mim quando tocaram no assunto de unhas sempre feitas e cabelos brancos. já havia algumas semanas que não pintava mais o cabelo e minhas unhas há mais de meses.
as risadinhas denunciavam o deboche proposto e me perguntei quando que meu corpo virou público para que fosse motivo de comentários e sugestões.
ouvi um claro “tá na hora de pintar o cabelo eim!”
olhei e sorri, desta vez não iria ignorar como sempre faço. não, meu corpo é meu, meu cabelo é meu, quem decide quais mudanças irei fazer sou eu!
levantei meu olhar à dona daquela voz irritante e respondi “pintarei meu cabelo quando tiver vontade”.
não perguntei sobre sua opinião sobre meu cabelo, pois não me interesso por ela, se você não gosta de cabelos brancos basta não deixar os seus cabelos brancos!
os comentários seguiram com "nossa que grossa" e mais uma dezenas de palavras inúteis que realmente não me importava.
isso acendeu um série de pensamentos e ideias na minha cabeça sobre como a auto estima, o auto amor ficou vinculado a uma perfomance de aparência. em como esquecemos que somos mais do que aparentamos fisicamente, somos indivíduos com diversas particularidades, medos, anseios, vontades, é muito mais complexidade do que minha aparência física pode demonstrar.
a verdade é que somos obrigadas a seguir o roteiro para sermos consideradas sadias, com a autoestima elevada e uma boa pessoa. além de tudo isso, nós, mulheres, normalizamos a intromissão de outras pessoas em nossas vidas nos dizendo o que é certo e errado sem pedirmos por isso.
minha principal reflexão hoje foi sobre limites.
eu, que pessoalmente sempre tive dificuldade em impor limites nas pessoas, me vejo pela primeira vez pensando em como isso é bom.
entender meus limites e respeitá-los sem deixar que terceiros os ultrapassem!
tem sido revigorante, e desafiador. como impor limite com amorosidade e educação?
me cobro muito isso, mas muitas vezes, as pessoas não aceitam esses limites, principalmente quando você já as permitiu ultrapassarem suas defesas e te machucarem deliberadamente com a pequena desculpa de que apenas quer o seu bem.
será mesmo?
tenho aprendido que gritar por limite é ruim, agir com grosseria me deixa mal por algum tempo, mas depois entendo que se essa foi a única saída para me respeitarem e entenderem que não mais deixarei me machucarem, que assim seja.
para muitos essa pequena reflexão não fará sentido, pois facilmente sempre deixaram seus limites claros. mas para muitas mulheres que foram silenciadas sua vida inteira e invalidadas assim como eu sempre fui, é libertador brigar por respeito, para que ninguém ultrapasse a fronteira do que te machuca, se defender, sem se colocar em segundo plano!
hoje esse texto vai para você, que silenciosamente tem sofrido com outras pessoas te bombardeando sobre como você deve ser ou agir!
auto amor, auto estima começa com você se compreendendo, pelo menos aquilo que não te faz bem, aquilo que te machuca.
para antes de procurar dicas de relacionamento perfeito - como nos bombardeiam sempre em todas as mídias possíveis - se preocupe em ter um excelente relacionamento com você mesma.
tome o controle da sua vida, do seu corpo, daquilo que te faz bem. não espere que os outros vão entender. não vão! pessoas que gostam de impor suas verdades vão usar das mais diversas estratégias para continuar te subjugando: desde um aparente cuidado, até o deboche e zombaria!
é claro: não ignore totalmente os conselhos das pessoas que te amam e te querem bem, já dizia o ditado: "quem não ouve cuidado, escuta coitado". mas se conheça, estabeleça para você aquilo que te faz bem e o que te faz mal, se respeite e não deixe por nenhum momento que ultrapassem aquilo que você estabeleceu para si!
sua auto estima está muito mais vinculada como você se cuida internamente do que externamente. se reconheça, se amar é uma revolução num mundo em que indústrias milionárias lucram com nossas inseguranças!
você não é menos mulher por não performar um ideal de feminilidade!
se ame, se abrace com todo o carinho que você acolheria sua melhor amiga! todos os dias, cotidianamente se ame, seja sua própria revolução!
por hoje é só!
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